Um dia, conversando com umas amigas, eu
comentei que ás vezes tinha, do nada, uma necessidade terrível de rir, esse, é
claro, não foi o ponto alto da conversa, mas assim que a frase saiu e uma delas
perguntou o por quê, isso ficou pairando pela minha mente. Como assim? Eu falei
isso alto suficiente pra elas ouvirem? Apenas respondi que era pra esquecer as
coisas ruins. Elas comentaram sobre assistirem comédia, que nem todo comediante
é engraçado, que não era tão fácil fazê-las rir, mas a minha confissão ainda
ecoava pra mim, só pra mim, como estávamos em uma reunião de amigas pra colocar
os papos em dia resolvi apenas arquivar esse tópico para uma possível analise
posterior.
No
dia seguinte acordei e já fui fazer uns trabalhos que ficaram pra ultima hora
(ah, acontece ás vezes...muitas vezes), me senti tão leve quando acabei,
tiraram um peso das minhas costas, como se eu tivesse tomado uma gota de
felicidade, sim, como se felicidade fosse algo liquido que agente toma e, dã,
fica feliz, mas o efeito é curto, logo passa, então é preciso tomar outra gota,
e outra, assim até o dia acabar, e, sim, gotas, é assim que funciona, quantidades
maiores só em dias muito especiais, pelo menos é assim na minha teoria. Mas qual
seria a minha próxima dose de felicidade? Entrei no Twitter e alguém postou algo como “Olhar o Facebook com a esperança de não ter alua hoje :)” sorri
com a idéia de não ter aula pra mim também, e fui justamente olhar o Facebook pra ver se tinha algum indicio
de que não teria aula, o professor teve que viajar ou não poderia ir e deixou
só uma atividade, algo assim, mas não, não tinha nada.
A
necessidade de felicidade em gotas começou a crescer, precisava achar um jeito
de sentir novamente, passei o resto do dia nisso, só à noite eu tive um
insight, é claro, como não vi antes? Eu já tinha tido vários momentos
felizinhos, tinha tomado várias vezes a bendita gotinha de felicidade naquele dia, só não
tinha notado, (“que burra! Dá zero pra ela!” É o que o Chaves diria de mim), e
só pra ser clichê: a felicidade ali, debaixo do meu nariz, e eu, bobona, não
percebi. Bem, é porque agente fica procurando as coisas do jeitinho que agente
imagina, e se as coisas aparecem de um jeito diferente não achamos! Então a
minha vontade de rir era apenas uma desculpa pra ter momentos felizes? é, pode ser...
A
verdade é que essas tais gotas de felicidade alimentam a alma, todo mundo
precisa de momentos assim, pequenos e felizinhos, e ter aquela sensação, sabe,
aquela, como, achar dinheiro no bolso que você nem lembrava que tinha, acordar
com certo desespero e perceber que ainda tem tempo pra dormir, quando você
consegue baixar aquela música, sentir
falta de alguém que não vê á certo tempo e encontrar essa pessoa na rua, sair
daquela prova que você sabe que se deu super bem, entrar no Facebook e descobrir que não tem aula
hoje, só por que tinha um seminário pra apresentar e você achava que não estava
preparado, enfim, comer Nutella com bolacha, coisas simples e felizes, lembrei agora de uma frase que eu
li por ai que dizia algo sobre o oceano ser feito de varias gotas de água,
então a grande felicidade pode ser feita dessas gotinhas. Acho que pode ser
como aquele doce de ano novo, Taça da Felicidade, é uma sobremesa grande, e
cara, feita de pedaços de frutas, pudim, cremes, biscoitos, coisas que
separadas são simples, mas juntas formam essa delicia que dizem que é bom comer
no fim do ano, na festa de ano novo, quando todos desejam coisas boas, momento
bastante oportuno, não é!?
Sendo
assim, agente podia desejar pra pessoas queridas “gotinhas de felicidade pra
você!”? Não, porque a maioria das pessoas não procura essa dose de felicidade,
só querem a “big”, por isso ficam por ai dizendo que não são felizes, bobagem,
felicidade é isso, pequenas doses que se juntam ao longo do dia, do mês, do
ano, é o tipo de coisa simples que as pessoas compartilham pro mundo levar...