sábado, 5 de maio de 2012

Felicidade em Gotas


 Um dia, conversando com umas amigas, eu comentei que ás vezes tinha, do nada, uma necessidade terrível de rir, esse, é claro, não foi o ponto alto da conversa, mas assim que a frase saiu e uma delas perguntou o por quê, isso ficou pairando pela minha mente. Como assim? Eu falei isso alto suficiente pra elas ouvirem? Apenas respondi que era pra esquecer as coisas ruins. Elas comentaram sobre assistirem comédia, que nem todo comediante é engraçado, que não era tão fácil fazê-las rir, mas a minha confissão ainda ecoava pra mim, só pra mim, como estávamos em uma reunião de amigas pra colocar os papos em dia resolvi apenas arquivar esse tópico para uma possível analise posterior.
No dia seguinte acordei e já fui fazer uns trabalhos que ficaram pra ultima hora (ah, acontece ás vezes...muitas vezes), me senti tão leve quando acabei, tiraram um peso das minhas costas, como se eu tivesse tomado uma gota de felicidade, sim, como se felicidade fosse algo liquido que agente toma e, dã, fica feliz, mas o efeito é curto, logo passa, então é preciso tomar outra gota, e outra, assim até o dia acabar, e, sim, gotas, é assim que funciona, quantidades maiores só em dias muito especiais, pelo menos é assim na minha teoria. Mas qual seria a minha próxima dose de felicidade? Entrei no Twitter e alguém postou algo como “Olhar o Facebook com a esperança de não ter alua hoje :)” sorri com a idéia de não ter aula pra mim também, e fui justamente olhar o Facebook pra ver se tinha algum indicio de que não teria aula, o professor teve que viajar ou não poderia ir e deixou só uma atividade, algo assim, mas não, não tinha nada.
A necessidade de felicidade em gotas começou a crescer, precisava achar um jeito de sentir novamente, passei o resto do dia nisso, só à noite eu tive um insight, é claro, como não vi antes? Eu já tinha tido vários momentos felizinhos, tinha tomado várias vezes a bendita gotinha de felicidade naquele dia, só não tinha notado, (“que burra! Dá zero pra ela!” É o que o Chaves diria de mim), e só pra ser clichê: a felicidade ali, debaixo do meu nariz, e eu, bobona, não percebi. Bem, é porque agente fica procurando as coisas do jeitinho que agente imagina, e se as coisas aparecem de um jeito diferente não achamos! Então a minha vontade de rir era apenas uma desculpa pra ter momentos felizes? é, pode ser...
A verdade é que essas tais gotas de felicidade alimentam a alma, todo mundo precisa de momentos assim, pequenos e felizinhos, e ter aquela sensação, sabe, aquela, como, achar dinheiro no bolso que você nem lembrava que tinha, acordar com certo desespero e perceber que ainda tem tempo pra dormir, quando você consegue baixar aquela música, sentir falta de alguém que não vê á certo tempo e encontrar essa pessoa na rua, sair daquela prova que você sabe que se deu super bem, entrar no Facebook e descobrir que não tem aula hoje, só por que tinha um seminário pra apresentar e você achava que não estava preparado, enfim, comer Nutella com bolacha, coisas simples e felizes, lembrei agora de uma frase que eu li por ai que dizia algo sobre o oceano ser feito de varias gotas de água, então a grande felicidade pode ser feita dessas gotinhas. Acho que pode ser como aquele doce de ano novo, Taça da Felicidade, é uma sobremesa grande, e cara, feita de pedaços de frutas, pudim, cremes, biscoitos, coisas que separadas são simples, mas juntas formam essa delicia que dizem que é bom comer no fim do ano, na festa de ano novo, quando todos desejam coisas boas, momento bastante oportuno, não é!?
Sendo assim, agente podia desejar pra pessoas queridas “gotinhas de felicidade pra você!”? Não, porque a maioria das pessoas não procura essa dose de felicidade, só querem a “big”, por isso ficam por ai dizendo que não são felizes, bobagem, felicidade é isso, pequenas doses que se juntam ao longo do dia, do mês, do ano, é o tipo de coisa simples que as pessoas compartilham pro mundo levar...